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Tratamento do pectus

Fui buscar informações sobre a cirurgia de pectus.  Eu já sabia que havia essa possibilidade desde a infância, mas os médicos que me acompanharam não me indicaram. É uma cirurgia agressiva, pois é implantada uma barra de aço no peito pra pressionar o tórax pra frente. Não sei muito dos detalhes técnicos, mas me parece que o pós operatório é complicado e demorado. Tive um aluno que fez essa cirurgia e ele me contou que sentiu dor por meses e foi necessário um longo período de repouso. Ele precisava de ajuda para fazer quase tudo nos primeiros meses e mesmo depois de um ano ele temia fazer alguns exercícios. Na verdade ele parecia traumatizado, mas me disse que não se arrepende, até porque seu caso era uma questão de saúde. A barra de aço fica no peito por um período de três anos, que me parece ser a etapa final do tratamento. Os resultados depois desse período parecem ser ótimos. O peito fica normal e a pessoa se livra dessa característica. Como na imagem abaixo o antes e depois

A cirurgia é a última opção e é importante realizar as etapas pré operatórias. É bom ter o hábito de fazer exercícios físicos para melhorar as condições de saúde. E também pode-se recorrer a algumas técnicas que só ouvi falar nos últimos anos. Existe, por exemplo, uma cinta para ajudar a corrigir a postura chamada Pectus Press. É importante usar essa cinta porque as pessoas que tem pectus tendem a ter uma má postura e é bom amenizar esses sintomas antes de ir para a sala cirúrgica. A segunda opção é o Vacuum Bell, um tipo de bomba que pressiona o peito para frente e tem bons resultados segundo os videos que eu vi. Segue as imagens.

Pectus Press

Vacuum Bell

Eu não tive acesso a esses tratamentos. Meus médicos afirmavam que o meu caso era uma questão somente estética. Engraçado como lembro bem dessas consultas. Na verdade eu ia ao médico por conta da bronquite que me assombrou na infância. Mas lembro como se fosse ontem minha mãe perguntando sobre meu peito e o médico dizendo que "esse problema era normal". O pectus já era conhecido por nós como "coisa de família", então vida que segue. Minha mãe só fez questão de me matricular na natação porque os exercícios físicos são ótimos para a saúde e a vida sedentária pode ser pior pra estética que qualquer nível de pectus. Agradeço a ela por isso.

Felizmente ou infelizmente a cirurgia não me cabe mais. Já tenho 31 anos e minha estrutura óssea não é mais tão maleável quanto no início da juventude. Acredito que por isso o pós operatório possa ser pior, mas não conversei com um especialista sobre meu caso em especial. De qualquer forma tenho muito medo da dor e não gostaria de ficar meses acamado. Para mim, não acho que vai valer a pena. 

Hoje só imagino como seria ter um peito realmente normal. Eu seria diferente? Com certeza, mas não sei se seria mais feliz ou mais completo. Gosto de pensar que meu peito faz parte de mim e o que sou hoje tem haver com tudo o que passei na vida. O momento mais difícil é na adolescência, época de muita insegurança e de baixo auto estima (e não é assim com todo mundo?). Mas cresci e agora não sou mais uma criança que tem medo dos outros. Hoje ando sem camiseta quando quero e enfrento os olhares quando preciso. Devemos sempre ter a coragem necessária pra enfrentar os desafios da vida, seja tirar a camiseta em público, seja enfrentar uma sala cirúrgica. Seja qual for a escolha, vai na fé.

Fontes: para essa postagem, assisti aos vídeos no youtube do Dr. José Ribas Milanez de Campos, especialista em cirurgia torácica. É desse médico que retirei as informações sobre o tratamento. Clique aqui para ir até o canal do doutor.
Também no youtube, acompanhei o canal César Por Aí, que relata sua experiência pós cirurgia. É bem interessante ouvir os relatos de outros Clique aqui para ir ao canal do César.

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