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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Pele e osso

Uma vez, quando corria no parque Barigui sem camiseta, passei por dois gordinhos caminhando que comentaram em voz baixa, mas audível: "nossa, só pele e osso". Não tive nenhuma reação na hora, mas fiquei com aquilo na minha cabeça. Não sei se foi por conta do peito escavado, mas escuto esse termo desde a minha infância. Antes me incomodava muito até porque eu era mais magro que hoje, mas dizer q alguém está só pele e osso é foda. Tecnicamente não é verdade, há muito mais que isso no meu corpo e mesmo no daqueles muito magros. Mas como termo popular acredito ser uma expressão que se encaixa. Porque no espelho eu vejo quase todas as costelas marcadas na pele. Daí a impressão que só tem pele e osso mesmo. Na verdade, eu não quero ter medo dessas expressões. "Esqueleto", "tripa seca", "gordo". Elas são agressivas, sem dúvida, mas quando alguém é agressivo com você não demonstre medo. Essas expressões vencem quando acreditamos que elas nos exclui dos

Quando ficava com alguém

Sempre que eu ficava com alguém, a preocupação com o peito escavado aparecia. Quando as carícias chegavam no meu peito eu congelava. Eu ficava incomodado e meu corpo ia travando aos poucos. Se o cara encostasse a mão no meu peito então. E a pessoa  percebia a situação. Assim eu comecei a fazer uma coisa horrível e que eu não aconselho. É sério, não faça isso você que tem pectus. Eu parava de beijar, cortava o clima completamente para avisar que eu tinha "uma coisa no peito". O cara devia imaginar mil coisas, uma mais bizarra que a outra. Então eu mostrava. Alguns ficavam curiosos, passavam a mão e perguntavam se doía ou se "voltava ao normal". Outros falavam que aquilo não era nada demais e tinham aqueles que já haviam visto ou ficado com alguém assim. E os melhores, que eram aqueles que ficavam de cara por eu ter parado os beijos pra falar isso. Demorou bastante pra eu parar com isso.  Para minha surpresa, mesmo aqueles que viam pela primeira vez ou realmente ach

Um corpo especial

Essa é minha primeira postagem sobre meu peito escavado. Escrever sobre ele já é em si uma vitória porque sempre tive medo de mostrar ou tocar no assunto. Era algo que eu queria que fosse invisível, que não existisse. Mas um dia percebi que a única coisa que faria meu peito ser invisível é se eu me tornasse invisível. E eu não quero viver assim. Quero ser livre pra falar sobre corpos, desejos e experiências.  Sobre corpos especiais que revelam a beleza da diversidade do ser humano. Para comemorar esse momento histórico, segue uma dancinha sexy sem ser vulgar desse meu peito escavado. Pra você que nunca viu um desses, repare nessa belezinha